A hormonização é um processo essencial para muitas pessoas trans, permitindo que suas características físicas estejam mais alinhadas com sua identidade de gênero. Por isso vamos explicar aqui o passo a passo da homornização para pessoas trans no particular e no SUS. No Brasil, o acesso a esse tratamento vem se expandindo, embora ainda existam desafios e barreiras. Este post irá abordar os aspectos importantes como a legislação, o acompanhamento médico e os efeitos esperados.
O Que é a Hormonização?
A hormonização é um tratamento médico que envolve a administração de hormônios sexuais para modificar as características secundárias de uma pessoa, de modo a alinhar sua aparência física com sua identidade de gênero. Para homens trans (pessoas designadas como mulheres ao nascer, mas que se identificam como homens), isso geralmente envolve a administração de testosterona. Para mulheres trans (pessoas designadas como homens ao nascer, mas que se identificam como mulheres), o tratamento inclui estrogênio e, frequentemente, antiandrógenos para reduzir os efeitos da testosterona.
A Legislação e os Direitos das Pessoas Trans no Brasil
No Brasil, a hormonização é um direito garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2008, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.707, que incluiu a hormonização e outros procedimentos de afirmação de gênero no rol de procedimentos oferecidos pelo SUS. Esse marco foi fundamental para a comunidade trans, proporcionando acesso gratuito ao tratamento hormonal.
Como Funciona a Hormonização pelo SUS
O processo de hormonização pelo SUS envolve várias etapas, conforme descrito a seguir:
-
- Avaliação Inicial: O primeiro passo é a avaliação por um psiquiatra ou psicólogo especializado em questões de gênero. Este profissional verifica a presença de disforia de gênero e avalia a estabilidade emocional e psicológica da pessoa para iniciar o tratamento. Essa avaliação pode ser realizada em serviços de saúde especializados ou em centros de referência para a saúde da população LGBT.
-
- Encaminhamento para Endocrinologista: Após a avaliação inicial, o paciente é encaminhado a um endocrinologista. O SUS possui centros de referência em várias cidades, onde esses profissionais estão disponíveis para atender a população trans.
-
- Exames Laboratoriais: Antes de iniciar o tratamento, são realizados exames laboratoriais para estabelecer uma linha de base e monitorar a saúde geral do paciente. Isso inclui exames de sangue para avaliar níveis hormonais, função hepática, entre outros.
-
- Início do Tratamento: Com a prescrição adequada do endocrinologista, o paciente começa a administração dos hormônios. No SUS, os hormônios são fornecidos gratuitamente, e a administração pode ser feita por via oral, injetável ou transdérmica, dependendo da recomendação médica.
-
- Acompanhamento Regular: A hormonização exige acompanhamento regular com o endocrinologista para monitorar os níveis hormonais e ajustar a dosagem conforme necessário. Exames de sangue periódicos são fundamentais para evitar complicações e garantir que o tratamento esteja funcionando corretamente.
Efeitos da Hormonização
Os efeitos da hormonização variam de pessoa para pessoa e podem levar meses ou até anos para se tornarem plenamente visíveis. Abaixo estão alguns dos principais efeitos esperados:
-
- Para Homens Trans: Aumento da massa muscular, redistribuição da gordura corporal, engrossamento da voz, crescimento de pelos faciais e corporais, aumento do clitóris e cessação da menstruação.
-
- Para Mulheres Trans: Desenvolvimento de seios, redistribuição da gordura corporal para um padrão mais feminino, suavização da pele, redução do crescimento de pelos corporais e faciais, e diminuição da massa muscular.
Desafios e Considerações
Apesar dos avanços, muitas pessoas trans ainda enfrentam dificuldades no acesso à hormonização no Brasil, incluindo longas filas de espera no SUS e a falta de profissionais especializados em algumas regiões. Além disso, é importante considerar os efeitos colaterais e riscos associados ao tratamento hormonal, que podem incluir alterações na pressão arterial, risco aumentado de coágulos sanguíneos e problemas hepáticos.
Conclusão
A hormonização é um passo vital para muitas pessoas trans em sua jornada de afirmação de gênero. No Brasil, o SUS desempenha um papel crucial ao fornecer acesso gratuito a esse tratamento, apesar dos desafios ainda presentes. É essencial que o processo seja acompanhado por profissionais de saúde qualificados para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes. Com o devido apoio e acompanhamento, a hormonização pode proporcionar uma melhoria significativa na qualidade de vida e no bem-estar psicológico das pessoas trans.
Aqui na Clínica LGBT+ Com Local oferecemos psicólogos e psiquiatras para te auxiliar nesse processo, com muito respeito e cuidado, passando as informações de como funciona no particular e no SUS. Se você quer saber mais, clique no nosso whatsapp e converse com a gente